Aprendi a duras penas uma lição óbvia: tudo que começa um dia acaba. Mas o que é o fim? Para muitos um poço sem fundo, um beco sem saída. Mas a possibilidade do fim não pode ser tomada como motivo de pânico ou a chegada do mesmo significar o fracasso de alguém que tentou...
Por ser inevitável, o fim nos dá o antídoto do medo que cerca sobre sua chegada. Vai acontecer e nada o que façamos ou deixamos de fazer vai impedi-lo. Assim não nos resta outra alternativa a não ser viver cada dia como se fosse o último, ou o primeiro...
Cresci ouvindo minha mãe dizer, ao voltar de um velório, que o defunto estava ótimo. Acho que isso alimentou o medo de meu fim ser em um dia triste. Decidi, portanto, sem saber o dia que vai acontecer, não correr riscos e ser feliz todos os dias. O fim me ensinou a buscar sempre a felicidade.
Muitas vezes o fim nos surpreende e atravessa nossa vida. O futuro parece ser desfeito, porém ele nem foi construído; sentimo-nos traídos, entretanto esquecemos que estava no script o final; a tristeza nos toma conta e, como a raposa de Exupery, ouvimos o fim dizer que se sabíamos que iríamos sofrer, por que começamos? O que o fim não sabe é que ele nos ensina, nos fortalece e a cada sua passagem modificamos a nossa maneira de ver o mundo, sempre com outros olhos. Ou seja, a cada final temos um novo mundo para explorar.
O fim é inevitável, porém a tristeza não. Um fruto que cai da árvore possui dentro de si sementes, logo são árvores em potencial, portanto o recomeçar só depende dele. O fim é libertador para quem descobre que ainda é possível voar...
Voe!!