sábado, 24 de março de 2012

Tesouros...


Sempre gostei de livros de piratas ou qualquer outra obra que apresenta a busca de um tesouro. É fantástico seguir, com os personagens, cada pista até encontrar o objeto da busca. As dificuldades do caminho, os obstáculos, os perigos são recompensados por um baú cheio de riquezas. E é daí que sai minha reflexão, como foram reunidos os tesouros?


Não sou pirata, nem tão pouco um rei, mas também tenho o meu baú de coisas de valor incalculável. O meu tesouro foi construído por anos de experiência. Ele é impossível de ser roubado, pois o carrego sempre comigo. A memória é o seu baú e a cada dia ele se torna maior e mais valioso.


Sou um apanhador de lembranças. Se cometo saques para aumentar meu tesouros, esses são apenas o de observar, de sentir, de sorrir e chorar pelo outro. Faço minha sua ação e reação, pego e guardo tudo em meu baú. Quase tudo tem valor para fazer parte do meu tesouro. O sorriso de uma pessoa tem o mesmo valor de uma coroa de ouro; a lágrima de alguém é mais que um cetro de um rei; um abraço vale mais que um nobre manto; e palavras me renovam mais que o graal.


Não tenho carro, não tenho luxo ou menos dinheiro no banco, tudo por uma opção; naturalmente não sou um miserável da vida ou pela vida. Este é meu tesouro e é o que me faz rico. Você pode até não ver, entretanto meu tesouro não para de crescer...


Meu tesouro cresce sempre, todos os dias. e nunca vai parar. Em meu inevitável fim, como um faraó, levarei-o comigo. Não terei pirâmides, porém meu tesouro será enterrado comigo. Quem sabe de minha cova venha nascer um canteiro de girassóis...


Morro de amor e vivo por aí
Nenhum santo tem pena de mim
Sou agora um frágil cristal
Um pobre diabo
Que não sabe esquecer
Que não sabe esquecer


Sou um apanhador de lembranças... bem vindo ao meu tesouro!!


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