Queria ser na vida um equilibrista
Pender suavemente entre razão e emoçãoTer a estabilidade e confiança nos passo
E segurança da rede que me protege do chão
Mas o mundo assim me fez poeta
Vassalo do coração e irmão da tristeza
Sou o Corifeu desafinado da ode à alegria
E a nuvem que apaga as cores do arco-íris
Nada do que leio, ouço, bebo ou vejo
Dá-me a sensação de ser necessário
Sou aquele que está de malas prontas
Esperando o fim da ilusão para partir
Sou um trapezista de olhos vendados
Que se lança no ar em busca de outras mãos
Sabendo que outros trapézios estão vazios
E que não há redes que me proteja do chão
Tela: Waldemiro de Deus, "O trapezista"