segunda-feira, 22 de maio de 2017

Intervalo doloroso


Intervalo doloroso

Sou vassalo dos meus sentimentos
A razão há muito se escravizou
Os dias me doem como açoites
As noites como longos enforcamentos
Não tenho mais o sabor das cores
O mundo é monocromático em mim
Uma nuvem pousou na minha esperança
E meus sonhos nunca mais puderam voar
Estou na vida como um náufrago em mar aberto
As desilusões são ondas que arrebentam sobre mim
A fé foi uma boia que rapidamente se esvaziou
Os meus erros são uma âncora presa aos meus pés
A felicidade é um farol que desaparece no horizonte
Sei que de sua luz não é feito o meu caminho
Sou daqueles, que por cansaço, partem para escuridão
Sabendo que um dia todos serão esquecidos.
Cael Soares

Tela: "Tempestade", do pintor romântico britânico Wiliam Turner.

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