quarta-feira, 24 de julho de 2019

Cabra marcado para morrer

Autorretrato de Gustave Courbet



Tem dia que parece que tudo padeceu
Que o sol não quis brilhar para mim
E nem para os outros quis deixar o riso meu

Tem dia que a companhia é mais triste que a solidão
Que o céu fica nublado somente sobre mim
E nem a lua dos loucos me joga mais seu clarão

Tem dia que a cachaça desce ainda mais amarga
Para levar seu dia-a-dia de máquinas
Levando nas costas a desumanizadora carga.

Tem dia que a dor está obstinada a te vencer
E este dia, meus caros, este dia
É que o cabra escolhe para morrer.

Cael Soares

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